segunda-feira, 11 de maio de 2015

Função:mãe

Não, esta não será uma postagem falando de como é difícil ser mãe, que ninguém valoriza a função etc. Esta postagem é sobre preconceito com a mulher que quer exercer a função de mãe em tempo integral.

Eu não trabalho fora, dedico meu tempo ao meu filho, minhas razões são; não quis terceirizar a educação dele, quero aproveitar o tempo com ele, quero ver todas as suas primeiras vezes. Tomei esta decisão em conjunto com meu marido e não me arrependo de ser mãe em tempo integral. Entendam eu fui educadora infantil e não acho que ir para escola infantil é ruim, mas no momento quero meu filho comigo, e esta experiência como educadora foi umas das razoes para eu tomar esta decisão, ao ver tantas primeiras vezes que as mães perdiam não queria que fosse assim comigo quando chegasse minha vez de estar do outro lado.

Outra questão se refere a limite, acredito que cada pessoa sabe de seus limites. Eu admiro quem faça, mas eu sabia que não conseguiria ser mãe e trabalhar fora. Porque quando trabalhava fora, às vezes estava tão cansada do trabalho, que por sinal gostava bastante, que eu agradecia a deus por não ter um filho que precisasse de mim porque estava exausta. Eu sei que tem mães que fazem isso, que trabalham fora, cuidam dos filhos e da casa, e como disse admiro elas, mas eu não sou assim. Eu queria ser mãe, com tempo para cuidar, brincar, educar sem outras preocupações.

Mas ser só mãe não é tarefa fácil, porque é pesado também, quem esta na labuta me entende, é estar à disposição, é não ter tempo para ti. Mas o mais difícil é o julgamento alheio. Hoje mulher que fica em casa com os filhos é mal vista. Preguiçosa, não quer trabalhar, tem medo da vida entre outros preconceitos. Sem falar que acham que por estar em casa você não tem formação ou profissão, como se esta escolha fosse motivada por falta de possibilidades de colocação e não escolha pessoal.

A minha tristeza é que quando tento desabafar com alguém sobre as dificuldades do dia a dia escuto "volta a trabalhar", como se esta fosse à solução mágica. Inclusive ouvi isto da psicóloga que visitei por um tempo, quando dei uma pirada.  Quando eu tralhava fora se reclamasse do trabalho ninguém me dizia "para de trabalhar e fica em casa". Eu ouvia tenha paciência vai melhorar emprego não é perfeito. Mas no cargo de mãe sofro muito preconceito, é uma escolha que fiz e não me arrependo, mas com certeza tem suas dificuldades e alegrias.

Por mais certa que estejamos das nossas escolhas os comentários alheios batem na gente, nas nossas neuras, complica a vida.  A mãe que volta para o trabalho volta cheia de dúvidas e que fica em casa não sabe se fez a coisa a certa. O que eu sei é que tenho muitas certezas nas minhas dúvidas, que amo estar com meu filho e que sim às vezes é chato, como tudo na vida. Queria alguém para me escutar sem preconceitos, mas fazer o quê? O que fica para mim e espero que para você que me lê é: fortaleço-me na minha escolha cada vez que vejo o que meu filho esta se tornando e quanto disso estou fazendo parte.

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